Morro do Pilar marcou-me, entre montanhas e afetos marcou-me ao ponto estético que apresento nesta exposição.

 

Morro do Pilar é uma pequena cidade [População estimada (2020)

3.153 pessoas - Fonte: IBGE] encrustada na Serra do Cipó, naquelas montanhas de Morro do Pilar, vivi uma Minas que distante das minhas Gerais me fez sentir o diverso que nos faz comuns na mineiridade.

Para mim, claro, marcou-me os marcadores comuns à afro mineiridade.

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Registra-se atividade mineradora na região a partir de 1701. E pelas mãos negras, no início do século 19, em Morro do Pilar  foi fundido o minério  de ferro pela primeira vez no Brasil (e talvez na América do Sul)  na Real Fábrica de Ferro, fundada pelo intendente Manuel Ferreira da Câmara Bitencourt e Sá (intendente era o representante dos colonizadores portugueses, tinha o poder de "juiz e executor" do rei.

 

Do passado metalúrgico pioneiro de Morro do Pilar restou ruínas dos fornos que a cidade tombou como patrimônio conhecido como Paredão. 

 

A cidade é residência de ancestrais cujas dores ainda ecoam nas minas abertas num alto de morro, próximo a Igrejinha do Canga.

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Nos bairros altos e nos grotões de beira córregos de Morro do Pilar se arranjam muitas famílias de matriarcas negras. Entre sua gente muitos mestres e maestrinas do artesanato de palha.

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O frio rigoroso de inverno, a névoa que nos engolia, estudantes e trabalhadores que descendo ladeira abaixo até o pequeno centro comercial que entorna a Igreja Matriz. A Matriz é uma igreja de arquitetura moderna que engoliu a histórica igreja colonial (diziam-me línguas dos moradores que tudo por força de vontade de um padre). 

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Senti nossos ancestrais na natureza farta e abençoadas por Oxum.

Tais sentires  expresso nos desenhos instigados pelas paisagens novas para meu eu afrosertanejo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Escrevi com minha gramática visual, à aquarela, à caneta e ao carvão os cosmos em sensações nos meus movimentos de entranhamentos pelos viveres morrenses.

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